No último post, falamos sobre as necessidades, muitas vezes não atendidas, de pacientes crônicos. Mas você sabia que o Ministério da Saúde possui um documento com diretrizes para guiar os cuidados dessa população?
Diante do aumento de casos de doenças crônicas, como diabetes, obesidade, hipertensão e câncer, a atenção à essa população se faz cada vez mais necessária. Entretanto, suas demandas vão muito além do que puramente oferecer opções de tratamento: é preciso uma articulação entre instituições de saúde, equipe médica, o próprio paciente e até mesmo a sua família para garantir que o tratamento seja aderido e eficaz.
Nesse sentido, a Secretaria de Atenção à Saúde propôs, em 2012, a construção da Rede de Atenção às Pessoas com Doenças Crônicas, com o objetivo de implementar o eixo de cuidado integral do Plano para o Enfrentamento de Doenças Crônicas Não-Transmissíveis. Vamos apresentar agora os principais insights do documento, que até hoje podem servir de modelo para instituições de saúde públicas e privadas estabelecerem as suas próprias medidas.
Atenção Básica à Saúde
Parece óbvio, mas não é: a atenção básica à saúde, também chamada de atenção primária, é o atendimento inicial à toda a população brasileira. Nessa etapa, os objetivos são: prevenção de doenças, redução de danos, solução de possíveis agravos na saúde e direcionamento de casos mais complexos às suas respectivas especialidades médicas. Geralmente, esse tipo de atendimento ocorre nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e check-ups de rotina (consultas, exames, vacinas, radiografias etc.), mas também possui outras abordagens, como as equipes de atendimento domiciliar, saúde bucal e o Programa de Agentes Comunitários de Saúde.
A Atenção Básica funciona como um filtro para os próximos passos da estratégia do governo e é especialmente importante para os cuidados aos pacientes crônicos, visto que grande parte das doenças crônicas podem ser prevenidas adotando hábitos saudáveis e consultando-se regularmente.
Telediagnóstico e estratégias remotas
A cada dia que passa, a demanda por serviços remotos e online aumenta - na saúde, não seria diferente. Equipamentos de telediagnóstico, sistemas de informação e prontuário eletrônico, por exemplo, tornam-se ferramentas interessantes para o monitoramento da população de pacientes crônicos, pois permitem ampliar a oferta de serviços de saúde - em parte sobrecarregados, em parte não disponíveis em alguns municípios.
Nesse sentido, o dispositivo IoT da Renovatiomed, disponível para demonstração aqui, pode auxiliar nos tratamentos.
Autocuidado, terapias integrativas e autonomia do paciente
Quando entendemos que a autonomia do paciente crônica é um pilar fundamental para a eficácia de seu tratamento, podemos lançar luz sobre práticas como o autocuidado e terapias integrativas: o primeiro é responsável por aumentar o senso de responsabilidade do paciente, o que auxilia na manutenção de hábitos saudáveis que previnem agravamentos em seu quadro; enquanto o segundo complementa o tratamento com práticas alternativas que podem melhorar a qualidade de vida e prevenir ansiedade, estresse e demais complicações a nível emocional-psicológico.
Acolhimento
Recapitulando nosso post anterior, o item de acolhimento no documento do governo é um excelente complemento à necessidade de atender às demandas dos pacientes crônicos, bastante afetados por suas condições no dia a dia. Veja abaixo o que diz o documento de Diretrizes do Ministério da Saúde:
“O acolhimento é um modo de operar os processos de trabalho em saúde de forma a atender a todos que procuram os serviços de saúde, ouvindo seus pedidos e assumindo uma postura capaz de acolher, escutar e dar respostas adequadas aos usuários. Ou seja, requer exercitar uma escuta com responsabilização e resolutividade e, quando for o caso de orientar o usuário e a família para continuidade da assistência em outros serviços, requer o estabelecimento de articulações com esses serviços para garantir a eficácia desses encaminhamentos.”
Os principais objetivos do acolhimento às pessoas com doenças crônicas são fornecer acesso, assistência e resolução de suas demandas como pacientes.
Foco na Pessoa e na Família
Pessoas com doenças crônicas não podem ser reduzidas às suas condições médicas: todas são sujeitos ativos de sua própria realidade. A atenção colaborativa e centrada na família vem em contraposição à antiga abordagem de atenção prescritiva e centrada na doença, ou seja, o foco está no paciente como um todo, e não apenas em seu diagnóstico.
Nesse sentido, é necessário promover o tratamento respeitoso e humanizado, esclarecimento de todas as dúvidas sobre o diagnóstico e o tratamento, bem como compartilhar informações completas com todos os envolvidos (paciente, família e profissionais) para a tomada de decisões e, é claro, monitoramento do tratamento prescrito.
O documento “Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenças crônicas nas redes de atenção à saúde e nas linhas de cuidado prioritárias” é bastante completo e está disponível para leitura pública nesse link. Recomendamos a leitura completa a todos os interessados.
Vamos juntos construir uma saúde mais eficiente e justa aos pacientes crônicos!
Até o próximo post.
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