O uso correto de medicamentos ainda é um desafio enfrentado por muitos pacientes. Não à toa, a falta de controle do tratamento é reconhecida como um problema de saúde pública em todo o mundo, com importantes implicações no cenário de doenças crônicas, afetando todos os níveis da população, com destaque ainda maior entre pessoas acima dos 60 anos. A partir dessa fase da vida o surgimento de doenças crônicas, incluindo diabetes, doenças cardiovasculares, hipertensão arterial, doença pulmonar obstrutiva crônica e doenças reumáticas se intensifica, gerando necessidades medicamentosas mais recorrentes.
Acredito que você ou um de seus conhecidos tenha um familiar próximo que possui alguma doença crônica e que necessita de cuidado ou auxílio para seguir o tratamento adequadamente, não é mesmo?
Veja se consegue identificar algum dos fatores abaixo que dificultam a adesão ao tratamento:
uso de vários medicamentos ao longo do dia;
diferentes horários de ingestão;
diferentes doses;
diferentes receitas de diferentes médicos;
aumento das despesas com medicamentos;
falta de pessoas e solução para gerenciar o uso dos medicamentos.
Esses são alguns exemplos de desafios que o paciente encontra, apenas em relação aos próprios medicamentos, pois a rotina é dificultada. Podemos imaginar como é difícil manter uma rotina adequada quando se tem diversos medicamentos a tomar, em doses e horários diferentes. Realmente, essa tarefa pode se tornar complexa.
E aqui podemos observar o envolvimento familiar. Na tentativa de ajudar no tratamento, os familiares se deparam com todas essas dificuldades, que afetam o convívio familiar e, apesar de todos os esforços, a adesão ao tratamento medicamentoso ainda continua baixa.. Veja bem: para um paciente crônico, por exemplo, que não consegue manter a rotina do tratamento, enfrentar indisposições com a família é muito desconfortável. Nesse ponto, os problemas podem se intensificar, pois esse cenário desfavorável tende a levar à evolução das doenças pela falta do tratamento adequado e também ao surgimento de novas complicações de saúde, diminuindo a qualidade de vida do paciente. Então, a rotina e o convívio familiar ficam ainda mais complicados, e instala-se um círculo vicioso de dificuldades na saúde e com a família.
Percebem como a adesão medicamentosa envolve diversos aspectos que, até então, passavam despercebidos? Esperamos poder contribuir para minimizar os desafios enfrentados por aqueles que realizam tratamentos contínuos, oferecendo soluções que mantenham a autonomia do paciente e facilite a rotina diária com os medicamentos, o que proporcionará uma maior harmonia no convívio familiar.
Na próxima publicação, discorreremos sobre o papel do sistema de saúde nos tratamentos medicamentosos e a sua importância para a população.
Comments