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Envelhecimento x Uso de medicamentos: parte 2 - os desafios do sistema de saúde


Envelhecimento

Já vimos no post passado que a falta de controle do uso de medicamentos pode impactar negativamente a vida do paciente e de seus familiares. Mas como o sistema de saúde é afetado?


Sabemos que o acompanhamento do tratamento medicamentoso é um fator essencial entre o público 60+, ou seja, acima dos 60 anos, uma vez que nessa fase da vida é comum o surgimento de doenças crônicas que, na maioria das vezes, exigem o uso contínuo de medicamentos.


Com todas as dificuldades enfrentadas pelo paciente e seus familiares, vimos que em muitos casos ocorre uma série de erros e baixa adesão ao tratamento medicamentoso. Como consequência disso, há o surgimento de resultados clínicos indesejáveis ao paciente, evolução das doenças de base, surgimento de novas complicações de saúde e, consequentemente, isso acarreta um ônus estimado em bilhões por ano em custos diretos ao sistema de saúde, seja ele público ou suplementar, que poderiam ser evitados.


Veja os principais procedimentos atribuídos à baixa adesão à terapia medicamentosa:

  • Aumento do número de hospitalizações: esse é o principal custo evitável;

  • Maior utilização de serviços de pronto socorro, atendimento em instalação de tratamento e cuidados de urgência;

  • Aumento do número de serviços relacionados à consultas médicas, atendimento de casas de repouso, de centros de diálise, entre outros;

  • Custos evitáveis com outros medicamentos e tratamentos à medida que surgem novas complicações de saúde; e

  • Gastos com exames laboratoriais e de diagnóstico que poderiam ser evitados através do controle das doenças de base.

Quando avaliamos esses problemas, devemos levar em consideração o envelhecimento da população. Hoje, as pessoas com idade superior a 60 anos já representam mais de 15% da população brasileira, ou seja, um universo que supera os 30 milhões de indivíduos. E ainda há uma tendência de aumento significativo dessa parcela da população nos próximos anos.


O envelhecimento da população é um fenômeno com o qual precisaremos aprender a lidar e encontrar soluções para seus possíveis problemas. Em relação ao sistema de saúde, fica evidente que a inércia ou o atraso no desenvolvimento de soluções voltadas para essa população faz com que haja uma escalada progressiva dos custos evitáveis em todo sistema de saúde.


Para exemplificar isso, te convidamos a examinar a evolução das despesas assistenciais das operadoras de planos de saúde nos últimos anos e comparar com o aumento de beneficiários acima de 60 anos:

De 2001 a 2020, o número de beneficiários com 60 anos ou mais praticamente dobrou, passando de 3,4 milhões em 2001 para 6,7 milhões em 2020. Por outro lado as despesas assistenciais passaram de aproximadamente R$ 17 bilhões em 2001 para mais de R$ 164 bilhões em 2020, ou seja, um aumento de aproximadamente 10 vezes. (Fonte: https://www.gov.br/ans/pt-br/acesso-a-informacao/perfil-do-setor/dados-e-indicadores-do-setor; https://iess.org.br).


De fato, o aumento das despesas assistenciais parece estar diretamente relacionado, ainda que parcialmente, ao aumento do número de beneficiários idosos. Apesar da carência de dados, podemos admitir que parte do aumento dessas despesas está diretamente relacionada à baixa adesão ao tratamento medicamentoso. No Brasil não temos estudos que tenham feito a mensuração desse problema. Porém, nos Estados Unidos estima-se que, a cada ano, os custos evitáveis de assistência médica atribuídos à não adesão ao tratamento giram em torno de U$100 e U$ 300 bilhões de dólares.


Vale destacar que a não adesão inclui ainda outros fatores importantes, como o impacto na redução da produtividade e no absenteísmo tanto dos pacientes quanto dos familiares que necessitam dispor de maior período de tempo para atender às necessidades do paciente (visita a médicos, hospitais, período de internação, etc...).

Estima-se que os custos de perda de produtividade relacionados à saúde sejam 2,3 vezes maiores que os custos diretos de assistência à saúde.


Bem, os desafios relacionados ao envelhecimento da população envolvem diferentes áreas, incluindo saúde, educação, cultura, social, tecnologia, entre outras. Pensando na área da saúde e mais especificamente em relação ao uso de medicamentos, os benefícios de uma melhor adesão à medicação podem ser ainda maiores quando considerados não apenas a área da saúde, mas todo o aspecto social que pode estar relacionado a isso.


Agora você deve estar pensando: e quais seriam as soluções disponíveis para aumentar a adesão ao tratamento entre as pessoas que fazem parte dessa parcela da população?


Nos acompanhe, e descubra em nossas próximas postagens clicando no botão abaixo.




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